Camomila
Nome científico: Matricaria chamomilla L.
Sinônimos: Matricaria recutita L., Matricaria suaveolens L., Chamomilla recutita (L.)
Família botânica: Asteraceae

Licença de imagem: Attribution-NonCommercial-ShareAlike (CC BY-NC-SA 3.0) Autor da imagem: Steve R. Turner

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Constituintes químicos
O principal componente é o óleo essencial, rico em α-bisabolol, camazuleno, proazulenos (matricarina e matricina), dentre outros. Também apresenta outros terpenoides, cumarinas, compostos fenólicos (flavonoides, ácidos clorogênico e cafeico). [1]
Dentre os flavonoides estão a apigenina e a luteolina. A prinipal cumarina encontrada é a umbeliferona. O óleo essencial apresenta ainda farneseno, óxido de alfa-bisabolol e espiroéteres. [2]
Partes utilizadas
Capítulos florais. [3]
Contraindicações
Evitar o uso em pessoas alérgicas ou com hipersensibilidade a plantas da família Asteraceae. [3]
Uso tradicional
Cólicas intestinais, quadros leves de ansiedade, como calmante suave, contusões e processos inflamatórios da boca e gengiva. [3]
Ação farmacológica
Possui ações carminativa, antiespasmodica, sedativa leve, ansiolítica, antiinflamatória, gastroprotetora. Indicada em dispepsias, patologias inflamatorias e espasmódicas do sistema digestório, ansiedade. [4]
Extratos de M. chamomilla apresentaram atividade
antimicrobiana em diversas cepas isoladas de Candida sp. dentre outros microrganismos. Considerando ainda sua ação anti-inflamatória, pode ser justificada a utilização de banhos de assento de chá de camomila nos casos de vulvovaginites. [1]
Eventos adversos
Em caso de superdose, pode ocorrer o aparecimento de náuseas devido à presença de ácido antêmico, com propriedades eméticas, excitação nervosa e insônia. [1][3]
Aumenta o risco de sangramento, intensifica ou prolonga ação depressora do SNC. [5]
Em indivíduos sensíveis pode causar dermatite de contato. [4]
POTENCIAIS INTERAÇÕES COM MEDICAMENTOS
Medicamentos
Heparina, anticoagulantes orais (varfarina) e antiagregantes plaquetários (AAS). [6]
Barbitúricos e benzodiazepínicos ([fenobarbital (7)], clonazepam, diazepam). [6]
Paracetamol, enalapril, buscopan, alopurinol, atorvastatina, omeprazol, etc. [6]
Tratamentos hormonais [8]
Soja ou Trifolium pratense. [7]
Ferro. [8]
Antianêmicos. [9]
Lítio. [8]
Têucrio (Teucrium chamaedrys). [8]
Ácido acetilsalicílico, ibuprofeno, haloperidol, clozapina, propanolol, ciclosporina, varfarina, amitriptilina, benzodiazepinas, metoclopramida, fenobarbital. [9]
Contraceptivos orais. [9]
Atividade sobre o Citocromo P450
Compostos polifenólicos podem ser precursores de quinonas ou intermediários quinonametídeos que são inativadores das CYP. [1]
A camomila interfere no mecanismo com que o corpo processa determinadas drogas através do sistema enzimático hepático citocromo P450. [7]
Inibe a CYP 1A2. [10]
Resultado Farmacológico
Aumento do risco de hemorragias por aumento do tempo de pró-trombina e dos valores internacionais normalizados (INR). [8]
Pode potencializar o efeito sedativo destes medicamentos. [6]
A presença de mucilagens na planta pode interferir na absorção do fármaco, podendo diminuir ou retardar seu efeito. [6]
Poderá apresentar efeito antiestrogênico. [7]
Poderá interagir com essas drogas ou suplementos. [7]
A camomila pode interferir com a absorção de ferro durante tratamentos orais com este mineral, ou mesmo na alimentação. [8]
Diminui a ação de antianêmicos pela diminuição da absorção do ferro. [9]
Redução dos níveis do mineral Lítio. [8]
Hepatite (a origem do efeito tóxico foi atribuída a diterpenos do tipo neoclerodano, transformados pelo citocromo P450 em metabólitos hepatotóxicos, que apresentavam uma subunidade epóxido). [8]
Potencia a ação destes fármacos. [9]
Diminui a ação dos anticoncepcionais. [9]
Atividade sobre a glicoproteína-P (PgP)
Testes ex vivo mostraram que quercetina, kaempferol, apigenina e galangina podem modular a atividade da glicoproteína-P (PgP). Assim, plantas medicinais que os contenham devem ser evitadas por usuários de polifarmácia. [1]
Referências Bibliográficas
[1] JARDIM, P.M.S. Plantas Medicinais E Fitoterápicos: Guia Rápido Para a Utilização De Algumas Espécies Vegetais – 2. Ed, 98p.. Brasília : Universidade de Brasília, 2016.[
[2] ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. p. 1–114, 2016.
[3] BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 2019. 4ª edição. 86 p. Disponível em: http://www.crfsp.org.br/images/cartilhas/PlantasMedicinais.pdf. Acesso em 12 out. 2019.
[4] BOORHEM, R. L.; LAGE, E. B. Drogas e Extratos Vegetais Utilizados em Fitoterapia. Revista Fitos Vol.4 Nº01 março 2009.
[5] DIAS, Eliana Cristina Moura et al. Uso de fitoterápicos e potenciais riscos de interações medicamentosas: reflexões para prática segura. Rev. baiana saúde pública, v. 41, n. 2, p. https://doi. org/10.22278/2318-2660.2017. v41. n2. a2306, 2018.
[6] RIBOLDI, Luciara Sartori; RIGO, Marinês Pérsigo Morais. ANÁLISE DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS E MEDICAMENTOS EM HABITANTES DO MUNICÍPIO DE CAPITÃO/RS. Revista Destaques Acadêmicos, v. 11, n. 3, 2019.
[7] NICOLETTI, Maria A.; OLIVEIRA-JUNIOR, Marcos A.; BERTASSO, Carla C.; CAPOROSSI, Patrícia Y.; TAVARES, Ana P. L. Principais interações no uso de medicamentos fitoterápicos. Infarma-Ciências Farmacêuticas, 2007; 19(1/2): 32-40.
[8] CARDOSO, C. M. Z.; SILVA, C. P.; YAMAGAMI, K.; LOPES, R. P. et al. Elaboração de uma Cartilha Direcionada aos Profissionais da Área da Saúde, Contendo Informações sobre Interações Medicamentosas envolvendo Fitoterápicos e Alopáticos. Revista Fitos Vol.4 Nº01 março 2009.
[9] ALMEIDA, S. Papel do Farmacêutico na deteção/informação das interações entre plantas e medicamentos usados na hipertensão e dislipidemia. 2016. Disponível em: https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/42397/1/Anabela%20Almeida.pdf. Acesso em 21 nov. 2019.
[10] LEITE, Paula Mendonça; MARTINS, Maria Auxiliadora Parreiras; CASTILHO, Rachel Oliveira. Review on mechanisms and interactions in concomitant use of herbs and warfarin therapy. Biomedicine & Pharmacotherapy, v. 83, p. 14-21, 2016.