Capim-limão
Nome científico: Cymbopogon citratus (DC.) Stapf
Sinônimos: Andropogon cerifer Hack, Andropogon citratus DC., Andropogon fragrans C.Cordem., Andropogon roxburghii Nees ex Steud.
Família botânica: Poaceae

Licença de imagem: Attribution-NonCommercial-ShareAlike (CC BY-NC-SA 3.0) Autor da imagem: David Stang

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Constituintes químicos
Os principais componentes do óleo essencial são citral (mistura dos isômeros geranial e neral) e mirceno. Outros constituintes da planta incluem triterpenos, flavonoides e derivados dos ácidos cafeico e clorogênico. [1]
Dentre as várias substâncias isoladas e identificadas nas folhas e raízes do capim-limão estão também alcaloides, saponinas, sitosterol, terpenos, álcoois, cetonas, ácido p-cumárico e açúcares. [2]
Partes utilizadas
Folhas secas ou frescas e rizomas. [3]
Uso tradicional
Utilizado como digestivo, para diminuir os gases intestinais, para combater cólicas intestinais e uterinas, e como calmante suave em quadros leves de ansiedade e insônia (exclusivamente as folhas frescas). [5, 6]
Eventos adversos
O citral, um dos principais componentes do óleo de C. citratus, pode induzir irritação na pele. Podem ocorrer reações cutâneas incluindo a presença de eritema, edema, pápulas e reação bolhosa. [7]
Ação farmacológica
A ação calmante e espasmolítica leve comprovada é atribuída ao citral presente no óleo essencial, onde também é encontrado o mirceno, responsável pela sua ação analgésica. [4]
Apesar da indicação como ansiolítico, um estudo realizado com voluntários não confirmou tal efeito. A atividade anti-inflamatória é atribuída ao ácido clorogênico e outros compostos fenólicos presentes nas folhas. [1]
Promove redução da pressão arterial por um efeito direto
sobre o músculo liso vascular levando a vasodilatação. [3]
Sugere-se que os extratos de C. citratus podem proteger contra a peroxidação lipídica induzida por paracetamol, possivelmente eliminando os efeitos deletérios dos metabólitos tóxicos do paracetamol por meio de seus efeitos antioxidantes. [7]
POTENCIAIS INTERAÇÕES COM MEDICAMENTOS
Medicamentos
Fenilalquilaminas (verapamil), benzodiazepinas (diltiazem) e diidropiridinas (nifedipina e anlodipina). [3]
Clonazepam, diazepam (sedativos). [8]
Retinol (Vitamina A). [9]
Anticoagulantes. [10]
Resultado Farmacológico
Podem ocorrer interações sinérgicas dos antagonistas dos canais de cálcio, uma vez que o mecanismo pelo qual os constituintes do óleo essencial de C. citratus coincide com o mecanismo de ação dos fármacos que estão em três classes diferentes. Essas diferentes classes ligam-se as subunidades α1 dos canais de cálcio do tipo L, impedindo a abertura dos canais de cálcio. Os efeitos no músculo liso são a dilatação arterial generalizada e a redução da resistência arteriolar, com consequente diminuição da pressão. [3]
Pode aumentar o efeito de medicamentos sedativos (calmantes). [8]
Pode bloquear o efeito do retinol (Vit. A). [9]
Intereferência na cascata anti-inflamatória apresenta potencial anti-inflamatório, reduzindo a liberação de tromboxano e consequentemente ativação de plaquetas e fatores da coagulação. [10]
Atividade sobre o Citocromo P450
Compostos polifenólicos podem ser precursores de quinonas ou intermediários quinonametídeos que são inativadores das CYP, a utilização concomitante com certos medicamentos deve ser evitada. [1]
Citral pode induzir a atividade hepática do citocromo P450, com possíveis conseqüências para a toxicidade e interação com outras drogas, especialmente aquelas que são dependentes dessa enzima (CYP450) para o metabolismo. [7]
Referências Bibliográficas
[1] JARDIM, P.M.S. Plantas Medicinais E Fitoterápicos: Guia Rápido Para a Utilização De Algumas Espécies Vegetais – 2. Ed, 98p.. Brasília : Universidade de Brasília, 2016.
[2] NEGRELLE, R. R. B.; GOMES, E. C. Cymbopogon citratus (DC.) Stapf: chemical composition and biological activities. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 9, n. 1, p. 80-92, 2007.
[3] SOUZA, Júlia Beatriz Pereira et al. Interações planta medicinal x medicamento convencional no tratamento da hipertensão arterial. Infarma Ciências Farmacêuticas, v. 29, n. 2, p. 90-9, 2017.
[4] MORAIS, Selene Maia de et al. Plantas medicinais usadas pelos índios Tapebas do Ceará. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 15, n. 2, p. 169-177, 2005.
[5] MOSCA, VANESSA PEREIRA; LOIOLA, MARIA IRACEMA BEZERRA. Uso popular de plantas medicinais no Rio Grande do Norte, nordeste do Brasil. Revista Caatinga, v. 22, n. 4, p. 225-234, 2009.
[6] BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 2019. 4ª edição. 86 p. Disponível em: http://www.crfsp.org.br/images/cartilhas/PlantasMedicinais.pdf. Acesso em 12 out. 2019.
[7] EKPENYONG, Christopher E.; AKPAN, Ernest E.; DANIEL, Nyebuk E. Phytochemical Constituents, Therapeutic Applications and Toxicological Profile of Cymbopogon citratus Stapf (DC) Leaf Extract. Journal of Pharmacognosy and Phytochemistry, v. 3, n. 1, 2014.
[8] RIBOLDI, Luciara Sartori; RIGO, Marinês Pérsigo Morais. ANÁLISE DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS E MEDICAMENTOS EM HABITANTES DO MUNICÍPIO DE CAPITÃO/RS. Revista Destaques Acadêmicos, v. 11, n. 3, 2019.
[9] BOORHEM, R. L.; LAGE, E. B. Drogas e Extratos Vegetais Utilizados em Fitoterapia. Revista Fitos Vol.4 Nº01 março 2009.
[10] LEITE, Paula Mendonca. Uso de plantas medicinais e sua potencial interferência no controle da anticoagulação oral em cardiopatas atendidos em clínica de anticoagulação de um hospital universitário. 2015.