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Chá-verde, chá-branco, chá-vermelho, chá-preto

Nome científico: Camellia sinensis Kuntze

 

Sinônimos: Camellia cantonensis Lour., Camellia theifera var. macrophylla (Siebold ex Miq.) Matsum., Camellia viridis Sweet, Thea grandifolia Salisb., Theaphylla cantonensis (Lour.) Raf.

Família botânica: Theaceae

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estruturas Chá verde.png

Constituintes químicos

Os principais componentes da planta são os polifenóis (catequinas e taninos) e alacaloides (cafeína). A concentração de cafeína mantém-se constante nos três tipos de chá (verde, vermelho e preto), porém os componentes fenólicos (em sua maioria flavonóis) variam, sendo as folhas mais jovens as mais ricas nessas substâncias. Por essa razão, as ações antibacteriana e antioxidante são maiores no chá verde que no chá preto. [1]

 

A atividade farmacológica estabelecida dos extratos de chá verde é atribuída ao seu alto teor de polifenóis / catequinas, principalmente epigalocatequina-3-galato (EGCG). [2]

Partes utilizadas

 

Para o chá verde são utilizadas as folhas mais jovens da planta, rapidamente dessecadas e enroladas ainda quentes.
Para o chá vermelho (Oolong) são utilizadas folhas secas à luz solar e oxidadas pelo processo de fermentação.
Para o chá preto as folhas são submetidas a uma compressão (levando à destruição celular) e a fermentação ocorre a partir das enzimas liberadas no processo, inicialmente em local fresco e posteriormente em temperaturas elevadas. [1]

Contraindicações

Evitar uso noturno. [3]

Eventos adversos

O uso prolongado da planta do chá possui efeitos hepatotóxicos na população caucasiana. [1]

Pode causar constipação intestinal em consumidores habituais. Reduz a absorção de ferro e outros nutrientes. [3]

Pode gerar nervosismo, insônia, taquicardia, extrasístoles e poliúria. Por seu conteúdo em taninos o extrato etanólico de chá verde pode provocar náuseas e vômitos. [4]

Uso tradicional

Utilizado para doenças do sistema circulatório (doenças cardiológicas, distúrbios de coagulação, hipertensão, má circulação, varizes), doenças do sistema genitourinário (dor renal, infecção renal, cistite, cálculos renais, cólicas mentruais, como regulador menstrual, e para prolapso uterino), para cálculos na vesícula e doenças do sistema respiratório (gripes, resfriados, tosses, sinusite, bronquite, asma, rouquidão e afecções da garganta). [5]

Ação farmacológica

ação antibacteriana e antioxidante é maior no chá verde que no preto. Promove aumento da vigília e atenção, redução da fadiga (pela sua atividade estimulante do SNC), estimulante cardíaco e respiratório, antidiarreico, anti-inflamatório e vasoprotetor. [1]

O efeito anti-inflamatório dos polifenóis do chá verde refletiu-se em uma inibição acentuada de mediadores inflamatórios como COX 2, interferon-γ e TNF-α nas articulações artríticas. [2]

Possui ainda ação antioxidante, antineoplásica, gastroprotetora, hipolipemiante e termogênica. [3]

As bases xantínicas, sobretudo a cafeína, apresentam uma ação diurética e estimulante do sistema nervoso e cardiorrespiratório. A teofilina tem ação inotrópica positiva. Também é utilizado para tratamento da fragilidade capilar e alterações da permeabilidade vascular. [4]

Possui ação na motilidade gastrointestinal e efeito anti-radicais livres. [6]

POTENCIAIS INTERAÇÕES COM MEDICAMENTOS
Medicamentos

Codeína, ferro e atropina. [1] 

Varfarina. [1]

Bortezomibe, utilizado no tratamento do mieloma múltiplo. [1]

Anfetaminas, depressores do SNC. [1]

Amoxicilina. [1]

Analgésicos e antidislipidêmicos; Terapias hormonais e contraceptivos orais. [1]

Anti-hipertensivos. [1]

Adenosina. [1]

 Cavalinha (Equisetum arvense). [1]

Salvia miltiorrhiza. [7]

Teofilina e derivados da xantina. [7]

Lítio. [7]

Antibióticos beta-lactâmicos. [7]

Benzodiazepínicos. [7]

Propranolol e metoprolol, bloqueadores beta 2. [7]

Efedrina. [7]

Inibidores do monoamino oxidase (IMAOs). [7]

Fenilpropanolamina. [7]

Paracetamol, sulfato ferroso. [6]

Resultado Farmacológico

Os taninos presentes no chá verde/preto podem interferir com o metabolismo da codeína, diminuindo o seu efeito terapêutico, podem também diminuir a absorção do ferro e da atropina. [1]


A quantidade de vitamina K presente no chá pode antagonizar a ação da varfarina. [1]


as catequinas e outros polifenóis podem induzir a CYP3A4, diminuindo assim a ação de bortezomibe. [1]


 A concentração significativa de cafeína que este fármaco possui pode levar a um efeito aditivo com as anfetaminas, na estimulação do SNC, contrariando ainda o efeito dos depressores do SNC. [1]


Estudos realizados in vivo relatam que pode diminuir a eficácia da amoxicilina. [1]


Pode ter efeito sinérgico com os analgésicos e os antidislipidêmicos, aumentando assim os seus efeitos adversos, e antagonizar a terapêutica hormonal de substituição e a contracepção oral. [1]


Pode levar a um aumento da pressão arterial, contrariando o efeito dos antihipertensores. [1]


A cafeina bloqueia os recetores da adenosina, antagonizando os seus efeitos. [1]


O uso prolongado da planta do chá possui efeitos hepatotóxicos na população caucasiana, reforçado se usado em conjunto com a cavalinha (Equisetum arvense). [1]

Antitumoral. Associada também com baicalina, age inibindo a proliferação do câncer de mama. [7]


Aumentam os efeitos estimulantes. [7]


Pode diminuir os níveis séricos de lítio. [7]


Aumento da efetividade. [7]


Reduz os efeitos sedativos dos benzodiazepínicos. [7]


Aumenta a pressão sanguínea. [7]


Causa agitação, tremores, insônia e perda de peso. [7]


Aumento severo de pressão (chamada de “crise hipertensiva”); exemplos de IMAOs incluem fenelzina e tranilcipromina, são usados no tratamento de depressão. [7]


A combinação de fenilpropanolamina com cafeína pode causar obsessão e um severo aumento de pressão. [7]

Aumenta o risco de hepatotoxicidade. [6]

Não foram encontradas atividades sobre o CYP450 nas referências pesquisadas até o momento.

Atividade sobre o Citocromo P450

Referências Bibliográficas

[1] ALMEIDA, S. Papel do Farmacêutico na deteção/informação das interações entre plantas e medicamentos usados na hipertensão e dislipidemia. 2016. Disponível em: https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/42397/1/Anabela%20Almeida.pdf. Acesso em 21 nov. 2019.

[2] ANILKUMAR, M. 10. Ethnomedicinal plants as anti-inflammatory and analgesic agents. Ethnomedicine: A source of complementary therapeutics, p. 267-293, 2010.

[3] BOORHEM, R. L.; LAGE, E. B. Drogas e Extratos Vegetais Utilizados em Fitoterapia. Revista Fitos Vol.4 Nº01 março 2009.

[4] BALBINO, E.E.; DIAS, M.F. Farmacovigilância: um passo em direção ao uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos. Revista Brasileira de Farmacovigilância. 2010, 20(6): 992-1000.

[5] GIRALDI, Mariana; HANAZAKI, Natalia. Uso e conhecimento tradicional de plantas medicinais no Sertão do Ribeirão, Florianópolis, SC, Brasil. Acta botanica brasilica, v. 24, n. 2, p. 395-406, 2010.

[6] DIAS, Eliana Cristina Moura et al. Uso de fitoterápicos e potenciais riscos de interações medicamentosas: reflexões para prática segura. Rev. baiana saúde pública, v. 41, n. 2, p. https://doi. org/10.22278/2318-2660.2017. v41. n2. a2306, 2018. 

[7] CARDOSO, C. M. Z.; SILVA, C. P.; YAMAGAMI, K.; LOPES, R. P. et al. Elaboração de uma Cartilha Direcionada aos Profissionais da Área da Saúde, Contendo Informações sobre Interações Medicamentosas envolvendo Fitoterápicos e Alopáticos. Revista Fitos Vol.4 Nº01 março 2009.

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