Carqueja
Nome científico: Baccharis trimera (Less.) DC.
Sinônimos: Baccharis genistelloides var. trimera (Less.) Baker, Baccharis genistelloides var. trimera (Less.) DC., Molina trimera Less.
Família botânica: Asteraceae

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Constituintes químicos
Componentes voláteis, terpenos (principalmente diterpenos), substâncias fenólicas (principalmente flavonoides, tais como quercetina, luteolina, nepetina, apigenina e hispidulina). [1]
O álcool monoterpênico carquejol (1) e seu éster acetato de carquejil (2) são os principais componentes encontrados no óleo essencial da carqueja. Em menor quantidade encontram-se ainda cariofileno, nerolidol, cis-cariofileno, elemeno, guaieno, cadineno, pineno e aromadendreno. Nos extratos hidrometanólico e metanólico das partes aéreas foram encontrados flavonoides, sesquiterpenos e diterpenos. [2]
Partes utilizadas
Folhas. [1]
Contraindicações
Não utilizar em grávidas, pois pode promover contrações uterinas; Evitar o uso em pessoas alérgicas ou com hipersensibilidade a plantas da família Asteraceae. [3]
Estudo em ratos demonstrou a atividade hipotensora do extrato de carqueja, não se recomendando, assim, o consumo por pacientes hipotensos. [2]
Uso tradicional
Utilizado para reduzir os níveis de colesterol, controlar a diabetes, emagracer, como hepatoprotetor, para tratar hepatite, para tratar ferimentos, queimaduras e mordidas de cobra. [4]
O chá é utilizado popularmente no tratamento de problemas hepáticos, digestivos, malária, úlceras, diabetes, anemia, diarréia, inflamações urinárias, amidalite, verminoses, mal de Hansen, hipercolesterolemia, disfunção erétil, infertilidade feminina, reumatismo, além do uso como agente abortivo. [2]
Ação farmacológica
Colagoga, hepato e gastroprotetora, hipoglicemiante e diurética. [6]
O extrato aquoso de B. trimera, preparado por infusão, possui ação antiartrítica atribuída aos flavonóides presentes no extrato; ação citoprotetora que diminui a produção de ácido gástrico e inibe a indução de lesões por estresse ou por etanol em ratos, além de relaxar a musculatura lisa intestinal; ações anti-inflamatória, hepatoprotetora e colagoga relacionadas à presença de flavonoides, em especial hispidulina; atividade inibitória contra Schistossoma mansonii e Tripanossoma cruzii atribuída às lactonas sesquiterpênicas; ação antibacteriana frente a Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis e Micrococcus luteus atribuída ao flavonoide genkawanina; ação antiviral contra os vírus do herpes simples tipo 1 (HSV-1) e de estomatite vesicular (VSV); e efeito anti-hiperglicemiante relevante em camundongos com diabetes induzida por estreptozotocina. [2]
Eventos adversos
O uso pode causar hipotensão. [3]
Pode ocorrer hipersensibilidade tardia à família Asteraceae, da qual a carqueja faz parte, devido à presença de lactonas sesquiterpênicas. Há relatos de dermatite envolvendo tais compostos. [5]
Pode promover indução de aborto, relatada popularmente e comprovada experimentalmente em animais, sendo atribuída a uma ação uterotônica. [2]
POTENCIAIS INTERAÇÕES COM MEDICAMENTOS
Medicamentos
Evitar o uso concomitante com medicamentos para hipertensão e diabetes, como por exemplo hipoglicemiantes, sendo necessário ajustar a dose. [3][7]
Varfarina. [8]
Resultado Farmacológico
pode ocasionar aumento do efeito dos fármacos em uso. [1]
Atividade fibrinogenolítica (Implicações clínicas: Redução do RNI e efetividade da farmacoterapia com a varfaina). [8]
Atividade sobre o Citocromo P450
Não foram encontradas atividades sobre o CYP450 nas referências pesquisadas até o momento.
Referências Bibliográficas
[1] JARDIM, P.M.S. Plantas Medicinais E Fitoterápicos: Guia Rápido Para a Utilização De Algumas Espécies Vegetais – 2. Ed, 98p.. Brasília : Universidade de Brasília, 2016.
[2] RUIZ, Ana Lúcia TG et al. Farmacologia e toxicologia de Peumus boldus e Baccharis genistelloides. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, n. 2, p. 295-300, 2008.
[3] BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 2019. 4ª edição. 86 p. Disponível em: http://www.crfsp.org.br/images/cartilhas/PlantasMedicinais.pdf. Acesso em 12 out. 2019.
[4] GIRALDI, Mariana; HANAZAKI, Natalia. Uso e conhecimento tradicional de plantas medicinais no Sertão do Ribeirão, Florianópolis, SC, Brasil. Acta botanica brasilica, v. 24, n. 2, p. 395-406, 2010.
[5] MAGALHÃES, N.O. Fitovigilância de Plantas Medicinais e Fitoterápicos usados por pacientes
atendidos em Clínica de Hipertensão de Araraquara. 2012. Disponível em:
<https://alsafi.ead.unesp.br/bitstream/handle/11449/119760/magalhaes_no_tcc_arafcf.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 22 ago. 2019
[6] BOORHEM, R. L.; LAGE, E. B. Drogas e Extratos Vegetais Utilizados em Fitoterapia. Revista Fitos Vol.4 Nº01 março 2009.
[7] ANVISA. Formulário de Fitoterápicos Farmacopeia Brasileira - Primeiro Suplemento, p. 160, 2018. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259456/Suplemento+FFFB.pdf/478d1f83-7a0d-48aa-9815-37dbc6b29f9a. Acesso em 17 out. 2019.
[8] MENDONÇA LEITE, P.M. Uso de plantas medicinais e sua potencial interferência no controle da anticoagulação oral em cardiopatas atendidos em clínica de anticoagulação de um hospital universitário. 2015. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-BB3K4L/1/disserta__o___paula_mendon_a_leite.pdf. Acesso em 18 dez. 2019.