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Alho

Nome científico: Allium sativum L.

 

Sinônimos: Allium arenarium Sadler ex Rchb., Allium controversum Schrad. ex Willd., Allium longicuspis Regel, Allium ophioscorodon Link, 
Allium pekinense Prokh., Allium scorodoprasum subsp. viviparum (Regel) K.Richt., Porrum ophioscorodon (Link) Rchb., Porrum sativum (L.) Rchb.

Família botânica: Amaryllidaceae

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Alho.jpg

Constituintes químicos

Possui terpenos, ácidos graxos, derivados organossulfurados, saponinas e fenilpropanoides. [1]

Possui aliina, que ao ser hidrolisada pela enzima alinase origina a alicina, principal responsável pelo aroma do alho. Possui também frutosanas, compostos tiociânicos, sais minerais e vitaminas. A sua atividade terapêutica é atribuída aos compostos sulfurados. [2]


Na imagem ao lado estão demonstrados as estruturas dos constituintes aliina (1), alicina (2), E-ajoeno (3), 2-vinil- (4H) -1,3-ditiína (4), Z-ajoeno (5), dissulfeto de dialila (6), 3-vinil- (4H) -1 , 2-ditiína (7), trissulfeto de dialila (8). [3]

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Partes utilizadas

Bulbilhos frescos ou secos. [1]

Eventos adversos

Pode causar ardência na cavidade oral e no trato gastrointestinal, mialgia, fadiga, vertigem, sudorese, bem como reações alérgicas e asma. O uso do fitoterápico pode causar decréscimo do hematócrito e da viscosidade sanguínea, aumentando o risco de sangramento pós-operatório, bem como hematoma epidural espontâneo. Efeitos gastrointestinais, tais como desconforto abdominal, náuseas, vômitos e diarreia também são possíveis. Odores corporais característicos de alho podem ocorrer com o uso do fitoterápico. [1]

Pode ocorrer pequena redução dos níveis de colesterol no sangue e redução da pressão sanguínea; poderá afetar a tireóide e promover hipoglicemia. [5]

Uso tradicional

Usado popularmente na forma de chá para combater gripes, tratar dores de garganta, controle da hipertensão e do colesterol e para tratamento de inflamação dos ovários. [8]

 

O chá dos bulbilhos frescos é utilizado para tratar hipertensão e como diurético. [3]

 

Contraindicações

Contraindicado para grávidas, pacientes com gastrite, úlcera gastroduodenal, hipertireoidismo, distúrbios da coagulação ou em tratamento com anticoagulantes, histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes do fitoterápico. Não deve ser usado em pré ou pós-operatórios, devendo ser suspenso pelo menos 10 dias antes
de procedimentos cirúrgicos. [1]

Ação farmacológica

Possui ação hipolipemiante. [1]

Possui atividade antitrombótica. [2]

POTENCIAIS INTERAÇÕES COM MEDICAMENTOS
Medicamentos

Inibidores de proteases antivirais. [4]

Saquinavir (empregado no tratamento de infecção por HIV) e outros anti-retrovirais (Aprenavir, Nelfinavir, Ritonavir). [7]

Clorpropamida, insulina e glipizida. [5] Hipoglicemiantes. [4]

Indometacina (Anti-inflamatório), AAS (Antiplaquetário), Varfarina, heparina (Anticoagulantes). [4]

Paracetamol. [2]

Aceclofenaco, acido mefenâmico, aliscireno, anlodipina, atenolol, bisoprolol. [2]

Nevibolol, um anti-hipertensivo β-bloqueador [6]

Anti-hipertensivos inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA) – lisinopril. [6]

Relaxante muscular (clorzoxazona). [6]

Verapamil metabolizado principalmente pela isoforma CYP3A4, os β- bloqueadores
(propranolol) são metabolizados pela isoforma CYP2D6. [6]

 Citarabina e a fludarabina, utilizadas no tratamento de leucemia. [5]

Medicamentos para redução de colesterol ou pressão sanguínea. [5]

Expectorantes. [7]

Resultado Farmacológico

Diminuição das concentrações de inibidores de proteases; risco aumentado de resistência antiretroviral; 
Pode interferir com a biodisponibilidade do saquinavir, pela indução do CYP 3A4 intestinal ou pela indução da glicoproteína-P. [2]

Efeitos aditivos hipoglicêmicos. [4]

Aumento do risco de sangramento [4]

 A sua atividade antitrombótica deve-se à inibição da síntese dos tromboxanos, pode assim ter um afeito aditivo com os anticoagulantes. Mas este efeito é variável, dependendo da preparação usada que pode ser, óleo de alho, alho micronizado, extrato de alho envelhecido, variando a concentração dos compostos organossulfurados. De notar que o alho usado na alimentação não possui efeito na agregação plaquetária. [2]

Pode ainda alterar a farmacocinética do paracetamol, nomeadamente o aumento do seu pico plasmático e diminuição da depuração renal.  [2]

Alguns estudos in vitro (não confirmados in vivo) demonstraram que inibe a CYP2C9. [2]

 O nevibolol atua diminuindo inicialmente o débito cardíaco. Provoca diminuição da secreção de renina, causa readaptação de barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas, esse medicamento atua ainda proporcionando vasodilatação pelo aumento da síntese e liberação endotelial de óxido nítrico. Efeito semelhante ao dos compostos sulfurados presentes no alho, sugerindo uma potencialização do efeito do medicamento. [6]

Aumento do efeito hipotensor do medicamento.  [6]

Pode diminuir a efetividade da clorzoxazona por induzir o seu metabolismo. [1]

Sofrem interferência na presença do alho sugerindo que ocorram interações farmacocinéticas quando utilizados concomitante ao uso planta. [6]

Estes quimioterápicos poderão ter seus níveis intensificados. [5] 

Os efeitos de redução do colesterol e pressão sanguínea podem ser intensificados após administração oral de suplementos contendo alho. [5]

Potencializa o efeito dos expectorantes. [7]

 

Atividade sobre o Citocromo P450

O uso do alho pode minimizar a expressão das isoformas CYP3A4, CYP3A5, CYP3A7, CYP2C9, CYP2C19 e CYP2E1 e da glicoproteína-P. Pode ainda causar um aumento da expressão da CYP2C9*, CYP3A1, CYP1A1. [2] [6]

Referências Bibliográficas

[1] ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. p. 1–114, 2016.

[2] ALMEIDA, S. Papel do Farmacêutico na deteção/informação das interações entre plantas e medicamentos usados na hipertensão e dislipidemia. 2016. Disponível em: https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/42397/1/Anabela%20Almeida.pdf. Acesso em 21 nov. 2019.

[3] WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO monographs on selected medicinal plants vol. 1. World Health Organization, 1999.

[4] ALVES, L. P., LEITE, J.MS.; BEZERRA, K.G.D. et al. Potenciais interações entre medicamentos e plantas medicinais. III Congresso Brasileiro de Ciências da Saúde. 2018. Disponível em: https://editorarealize.com.br/revistas/conbracis/trabalhos/TRABALHO_EV108_MD1_SA3_ID1197_20052018235841.pdf. Acesso em 17 dez. 2019.

[5] NICOLETTI, Maria A.; OLIVEIRA-JUNIOR, Marcos A.; BERTASSO, Carla C.; CAPOROSSI, Patrícia Y.; TAVARES, Ana P. L. Principais interações no uso de medicamentos fitoterápicos. Infarma-Ciências Farmacêuticas, 2007; 19(1/2): 32-40.

[6] ATALIBA, F.J.B. interações planta x medicamento alopático no tratamento de diabetes e hipertensão arterial. 2016. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/bitstream/riufcg/7889/1/F%C3%81BIA%20J%C3%89SSICA%20BATISTA%20ATALIBA%20-%20TCC%20FARM%C3%81CIA%202016.pdf. Acesso em 21 nov. 2019. 

[7] CARDOSO, C. M. Z.; SILVA, C. P.; YAMAGAMI, K.; LOPES, R. P. et al. Elaboração de uma Cartilha Direcionada aos Profissionais da Área da Saúde, Contendo Informações sobre Interações Medicamentosas envolvendo Fitoterápicos e Alopáticos. Revista Fitos Vol.4 Nº01 março 2009.

[8] MOSCA, V.P.; LOIOLA, M.I.B. Uso popular de plantas medicinais no rio grande do norte, nordeste do Brasil. Revista Caatinga, vol. 22, núm. 4, octubre-diciembre, 2009, pp. 225-234. Disponível em: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=237117843033>. Acesso em: 21 set. 2019.

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